quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ao destinatário

Querido amigo,

Senti necessidade de escrever esta carta e por mais que eu saiba que talvez você não venha ter a oportunidade de lê-la, escrevi-a mesmo assim. Pode parecer idiotice, mas é como se eu estivesse a falar diante de ti. Tivemos problemas ao longo da nossa amizade, mas que relacionamento não tem turbulências? Ninguém é perfeito e como você bem sabe tenho meus inúmeros defeitos, que na maioria das vezes bateram de frente com os seus...
Somos tão diferentes um do outro e ao mesmo tempo tão iguais... Descobrimos o que tínhamos em comum no início; quando começamos a nos conhecer, ríamos à toa, brincávamos e nos elogiávamos a todo tempo. Sinto muita falta disso, sei que te fazia sentir-se a melhor pessoa do mundo com o que eu falava e eu me sentia também da mesma maneira... Cada dia que passava nos procurávamos cada vez mais, sentíamos a necessidade de nos vermos com mais freqüência. Nossos problemas? Esquecíamos todos quando conversávamos. Era tão bom, né?  Você dividiu comigo seus medos e eu dividi com você os meus. Isso me fez sentir a pessoa mais importante do seu mundo e tenha certeza que você se tornou a pessoa mais importante do meu.
Volta e meia me vejo em meio às lembranças, nenhuma delas ruim. Lembro-me do seu sorriso e de como o meu se abria só de vê-lo, lembro-me do seu abraço apertado e de como eu sentia falta de quando você estava longe, lembro-me de como ficava feliz em saber que o veria naquele dia. Também me lembro de como eu ficava aliviada quando fazíamos as pazes após um desentendimento e de como me preocupava com você se passássemos um tempo sem nos ver, comentávamos muitas vezes “como a nossa amizade é gostosa”. Só não consigo lembrar como a gente deixou de se ver, de como a gente deixou nossos corações se afastarem um do outro; se nos fazia tão bem, por que deixamos tudo aquilo acabar? De vez em quando você e eu ainda nos falamos, mas é uma conversa meio que mecânica, meio que tradicional, não é a mesma coisa de antes... Por outro lado, o que eu sinto por você ainda é o mesmo, se não for mais forte, de modo que eu não consigo seguir simplesmente em frente sem olhar para trás e sentir falta de tudo o que foi vivido por nós. Dói-me quando penso que tudo aquilo nunca passou de meras palavras. Como, meras palavras, se pra mim foi tão intenso? Não consigo crer nisso. Recuso-me a crer nisso. Não me permito crer nisso.
O vejo de longe vivendo sua vida e me sinto uma boba de não me permitir viver a minha. Deus sabe que eu tento esquecer e seguir em frente, afinal se tantas outras amizades passaram por mim e tomaram caminhos distantes dos meus, por que dessa vez seria diferente? Por que desejo tanto que tudo volte a como era antes?
Esse sentimento me consome e me destrói, mas o que não consigo entender de verdade é que eu não quero que ele vá embora e, a única explicação pra tal coisa, é que meu amor por você é sincero. Te quero bem e não importa o caminho que você escolha, não importa que suas escolhas me matem um pouco todos os dias, eu continuarei a nutrir carinho por você.
Sinto muitas saudades suas, mas quem sabe “Um dia desses num desses encontros casuais, talvez a gente se encontre, talvez a gente encontre explicação... Um dia desses, num desses encontros casuais, talvez eu diga: Minha amiga, pra ser sincero, prazer em vê-la, até mais...”.

Sua sempre amiga,
Emanuela
P.S.: Eu sinto que se eu morresse e Deus me tornasse em um anjo pediria humildemente a Ele que me deixasse cuidar de você.

                                                                                                               Revisado por Mislainy Mayana :) 


Um comentário:

  1. Manu com que autoridade voce escreve uma carta em meu nome?
    Manu ta linda a carta, a postagem, as lágrimas que estão cortando minha face e libertando um sorriso!
    Um tostão para você minha amiga!

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