quinta-feira, 7 de junho de 2012

Querida infância



Diferentemente da infância vivenciada nos dias atuais a minha foi muito saudável e ora ou outra me pego relembrando bons momentos dos quais eu não me importaria de reviver. Algumas lembranças doces que o tempo não consegue levar e que nem estão ligadas a nada muito importante, mas que de alguma forma e não sei por que estão me acompanhando por estes anos todos.

Eu me lembro da escola e do quão era divertido estar com meus amiguinhos, da educação física e até das aulas de matemática.
Lembro de jogar os tênis nas árvores para derrubar os tamarindos e depois pedras para derrubarmos os tênis. hehehe Fazíamos bolas de meias velhas e voltávamos para casa com as camisetas imundas de tanta sujeira. Brincávamos de 'pezinho' no pátio e todos (mesmo quem não conhecíamos) que estavam por perto acabavam entrando pra brincar também.
Lembro-me da minha mãe saindo pra trabalhar e me deixando na casa da minha avó...
Nas tardes na casa de vovó eu lembro do cheiro de café no final da tarde e de como ela jantava cedo.
Lembro das brincadeiras na calçada com a criançada da rua; elástico, pega- pega, esconde- esconde, barra bandeira era uma correria só. E quando chovia juntava um monte de gente pra ir procurar bicas disponíveis.
No quintal me esquivava pra vovô não me descobrir brincando de piscina no tanque e subir na árvore de seriguela era o melhor daquilo tudo. Eu nem vou falar das surras que levei por sujar a água do tanque e por quebrar os galhos das árvores. 
Nos fins de semana podia acordar mais tarde, mas levantava a tempo de receber o sol da manhã na calçada, brincava com o cachorro na rua e entrava pra tomar o café que mainha fazia. Na maioria das vezes ia comer assistindo desenhos animados (ainda faço isso hehe) e passava o resto do dia brincando... video game? computador? O máximo de tecnologia que eu tinha era o mini game que fazia mainha se irritar com as musiquinhas repetitivas.
Uma vez brincando de cantora com um pedaço de pau na mão numa calçada alta me desequilibrei e cai, fui parar no hospital com o palato perfurado... minha mãe enlouqueceu... eu achei que o remédio que me deram foi o mais delicioso que eu já tomei.  Já quis quebrar meu braço de propósito, pois achava lindo o gesso todo assinado. Passei dois dias internada no hospital e foi a primeira vez que eu dormi fora de casa, foi uma aventura.
Tinha medo de escuro e de assombração, hoje em dia não tenho mais medo do escuro.

Minha querida infância, sinto saudades.

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